10 anos do pontificado do Papa Francisco

A Igreja celebra os 10 anos do pontificado do Papa Francisco

Em 13 de março de 2013, há 10 anos, o cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio foi eleito à Cátedra de Pedro: primeiro Papa jesuíta e latino-americano, e eleito após a renúncia do seu antecessor.

 

Carlos Moioli – Arquidiocese do Rio de Janeiro

Foi o primeiro Papa a escolher o nome de Francisco. Ele mesmo explicou o motivo: “Na eleição, eu tinha ao meu lado o arcebispo emérito de São Paulo, um grande amigo (era Dom Cláudio Hummes, que receberam o cardinalato na mesma data, em 21 de fevereiro de 2001). Quando a coisa começou a ficar um pouco perigosa, ele começou a me tranquilizar. E quando os votos chegaram a 2/3, aconteceu o aplauso esperado, pois, afinal, havia sido eleito o Papa. Ele me abraçou, me beijou e disse: ‘Não se esqueça dos pobres’. Aquilo entrou na minha cabeça. Imediatamente lembrei de São Francisco de Assis.”

A perspectiva do seu pontificado partiu de baixo, com uma maior atenção às “periferias” existenciais e geográficas do mundo, como ponto de partida do seu modo de ser e agir. Ao convidar os fiéis a retomar o frescor original do Evangelho, pediu-lhes um maior fervor e dinamismo, para que o amor de Jesus pudesse chegar realmente a todos. A Igreja que Bergoglio queria era uma Igreja “em saída”, de portas abertas, um hospital de campanha, sem temer a “revolução da ternura e o milagre da delicadeza”.

Missas diárias na Casa Santa Marta

Papa Francisco começou o seu pontificado marcado pela novidade. A mais importante foi a de celebrar missas diárias na Casa Santa Marta, onde decidiu morar, ao invés da Residência Apostólica. Esta foi mais uma novidade! Em suas breves homilias, pronunciadas com rigor e estilo de pároco, buscou estabelecer um diálogo direto com os fiéis, exortando-os a um confronto imediato com a Palavra de Deus.

“Evangelii gaudium”, um texto programático do pontificado

No mesmo ano da sua eleição, Francisco surpreendeu a todos com a publicação de uma Exortação Apostólica “Evangelii gaudium”: um verdadeiro “texto programático” do seu primeiro pontificado. No documento, o Santo Padre exorta a uma “nova evangelização”, caracterizada pela alegria, bem como à reforma das estruturas eclesiais e à conversão do Papado, para que sejam mais missionárias e próximas do sentido desejado por Jesus.

Migração

A primeira viagem como pontífice deu-se em 8 de julho de 2013, na ilha italiana de Lampedusa, porto de desembarques desesperados, onde acendeu os refletores globais sobre o drama da migração, tema importante do seu pontificado.

Em abril de 2016, ao voltar de uma visita ao campo de refugiados em Lesvos, na Grécia, o Papa trouxe consigo, no voo de retorno, 12 refugiados sírios, para que recebessem assistência e acolhida em Roma.

Conselho de cardeais

Ainda em 2013, o Papa instituiu um “Conselho de cardeais” para estudar um projeto de revisão da Constituição Apostólica “Pastor bonus”, sobre a Cúria Romana, que remonta ao ano de 1988.

A família

A família foi o foco central da pastoral do Papa Francisco, em 2014, à qual dedicou um Sínodo extraordinário. Para o Pontífice, a sociedade individualista contemporânea agride duramente a família, colocando em risco os direitos dos filhos e dos pais, sobretudo no âmbito da educação moral e religiosa. O tema da família teve seu ápice na Exortação Apostólica “Amoris Laetitia”, em 8 de abril de 2016, na qual Francisco destacou a importância e a beleza da família, com base no matrimônio indissolúvel entre o homem e a mulher; o documento trata, com realismo, das fragilidades de algumas pessoas, que se divorciam e casam de novo, incentivando os pastores ao discernimento.

 

 

Outros marcos do Pontificado de Francisco

Francisco presidiu a canonização de 911 novos santos, incluindo os papas são João Paulo II, são João XXIII, são Paulo VI, santa Teresa de Calcutá e a brasileira santa Dulce dos Pobres.

Em seu pontificado, Francisco presidiu quatro sínodos. De 5 a 19 de outubro de 2014, a III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre os desafios pastorais da família no contexto da evangelização.

De 4 a 25 de outubro de 2015, a XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a vocação e missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo. De 3 a 28 de outubro de 2018, a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre juventude, fé e discernimento vocacional.

De 6 a 27 de outubro de 2019, presidiu a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica.

Neste ano, acontecerá a XVI Assembleia geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre o tema ‘Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão'”, de 9 a 24 de outubro. Haverá ainda uma segunda fase, em outubro de 2024.

O papa Francisco também estabeleceu, com a carta apostólica Patris corde por ocasião dos 150 anos da proclamação de são José como patrono da Igreja Universal, o Ano de São José, celebrado de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021.

Da mesma forma, e por iniciativa do papa, em 19 de março de 2021, dia de são José, teve início o Ano da Família, convocado para o quinto aniversário da exortação apostólica Amoris Laetitia. O Ano da Família foi concluído em 26 de junho de 2022 , com o décimo Encontro Mundial das Famílias, em Roma.

Vale destacar também a celebração do Ano Santo da Misericórdia que aconteceu de 8 de dezembro de 2015 a 8 de dezembro de 2016.

 

Fonte: Vatica News / ACI Digital

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