Sangue de são Januário se liquefaz em Nápoles no dia de sua festa.
O anúncio do fenômeno foi feito às 9h55 (horário local de Nápoles). O sangue nas ampolas já estava dissolvido quando o cofre foi aberto. O Arcebispo Domenico Battaglia, ao chegar ao altar-mor, mostrou aos fiéis as ampolas, que foram recebidas com aplausos e lenços brancos agitados pelos devotos.
“O sangue de São Januário é sempre um índice que aponta para o Sangue de Cristo, tanto para o sangue de Cristo como para o sangue dos pobres e dos últimos em quem Cristo vive. Qualquer outra forma de ler este sinal, de se aproximar desta relíquia, talvez para vislumbrar presságios futuros, nos desvia do caminho, afastando-nos do caminho que o nosso mártir nos traçou e que durante séculos continuou a indicar à nossa terra: o caminho que conduz ao Evangelho, um caminho que cheira a absoluto e a salvação, que desperta a consciência da sede da alma, que é sede de Deus, mas que é, ao mesmo tempo, também fome de justiça, desejo pela unidade, pela comunhão, pela solidariedade fraterna”. disse Dom Domenico durante a celebração.

O arcebispo disse que hoje marca o aniversário do martírio de são Januário, há mais de 1,7 mil anos, no qual o santo escolheu a morte em “fidelidade ao Evangelho” para mostrar que o amor de Deus é “mais forte do que a morte, a violência ou qualquer poder”.
Na celebração, são entoadas canções e invocações ao santo, para o sangue voltar ao seu estado natural, enquanto o abade responsável pela capela ou arcebispo da arquidiocese retira o relicário de um nicho no altar e mostra o sangue. Quando se torna líquido, é agitado um lenço branco.
Se o sangue não se liquefaz imediatamente, iniciam-se preces, rezam-se salmos penitenciais e quando a liquefação ocorre, é entoado o Te Deum, um canto de ação de graças, e os sinos repicam para que toda a cidade saiba do acontecimento.

Uma explicação científica dada para o fenômeno, segundo nota do site Vatican News, é chamada de “tixotropia”, que é quando substâncias chamadas tixotrópicas são encontradas naturalmente em estado sólido, mas conseguem passar para o estado líquido após agitação.
No entanto, em certa ocasião, o cardeal Crescenzio Sepe, arcebispo emérito de Nápoles, disse que o sangue já estava líquido no momento da abertura do nicho que protege a ampola, antes mesmo de ser retirado e movimentado.
São Januário “lembra a cada um de nós hoje que o Evangelho de Jesus dá a bússola de que precisamos para viver, para viver plenamente, enfrentando de frente e com coragem os desafios que cada época traz”, disse dom Battaglia.